quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

DVD Nei Van Soria 40 Anos

http://www.neivansoria.com


Jardim Inglês

Estou sentado num jardim inglês
Esperando pelo jantar
Esperando o sol se pôr
Esperando a noite chegar
Você escreve uns postais
Eu espero pelo jantar

Estou sentado num jardim inglês
Enquanto o mundo segue a girar
Enquanto alguns choram ao partir
E alguns outros ao chegar
E todos choram de saudade
Da princesa que não vai voltar

Sigo sentado num jardim inglês
Sigo sentado num jardim inglês
Pode ser que eu não saia daqui
Nunca mais!

Estou sentado num jardim inglês
E os anos vão passando
Há gente ao meu redor
Mas não entendo o que estão falando
Você toma um pouco de chá
E eu espero pelo jantar

Sigo sentado num jardim inglês
Sigo sentado num jardim inglês
Pode ser que eu não saia daqui
Nunca mais!

Por que eu deveria sair
Deste lindo jardim?
Se as flores mais bonitas
Crescem aqui!

Sigo sentado num jardim inglês
Sigo sentado num jardim inglês
Pode ser que eu não saia daqui
Nunca mais!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cinco Bombas Atômicas



Cinco Bombas Atômicas
Jorge Mautner
Composição: Jorge Mautner e Nelson Jacobina

Cinco bombas atômicas
Em cima do meu cérebro
Quando eu era pequeno
Saudades eletrônicas
Cinco bombas atômicas
De manhã muito cedo
Da janela do quarto eu vejo
Você, meu grande desejo
Que eu quero engolir
Nesse próximo beijo

sábado, 13 de novembro de 2010

Dogs


 

You gotta be crazy,
You gotta have a real need
You gotta sleep on your toes,
And when you're on the street
You gotta be able to pick out the easy meat
With your eyes closed
And then moving in silently,
Down wind and out of sight
You got to strike when the moment is right
Without thinking.

And after a while,
You can work on points for style
Like the club tie,
And a firm hand shake
A certain look in the eye,
And an easy smile
You have to be trusted
By the people that you lie to
So that when they turn their backs on you
You'll get the chance to put the knife in.

You gotta keep one eye
Looking over your shoulder
You know it's going to get harder,
And harder, and harder as you get older
Yeah, and in the end you'll pack up and
Fly down south
Hide your head in the sand
Just another sad old man all alone
And dying of cancer.

And when you loose control,
You'll reap the harvest you've sown
And as the fear grows,
The bad blood slows and turns to stone
And it's too late to loose the weight
You used to need to throw around
So have a good drown,
As you go down all alone
Dragged down by the stone.

I gotta admit
That I'm a little bit confused
Sometimes it seems to me
As if I'm just being used
Gotta stay awake, and try and shake off
This creeping malaise
If I don't stand my own ground,
How can I find my way out of this maze?

Deaf, dumb, and blind,
You just keep on pretending
That everyone's expendable
And no-one has a real friend
And it seems to you the thing to do
Would be to isolate the winner
And everything's done under the sun
But you believe at heart, everyone's a killer.

Who was born in a house full of pain
Who was trained not to spit in the fan
Who was told what to do by the man
Who was broken by trained personel
Who was fitted with colar and chain
Who was given a pat on the back
Who was breaking away from the pack
Who was only a stranger at home
Who was found down in the end
Who was found dead on the phone
Who was dragged down by the stone

Who was dragged down by the stone

Cães

Você precisa ser louco,
Você precisa ter um motivo de verdade
Você precisa dormir sobre seus dedos do pé
E quando você estiver na rua
Precisa ser capaz de escolher a carne facilmente
Com os olhos fechados
E depois se movendo silenciosamente,
Contra o vento e escondido
Você tem que atacar no momento certo
Sem pensar.

E passado algum tempo
Você pode trabalhar em pontos da moda
Como o clube da gravata
E com um firme aperto de mão
Um certo olhar fixo nos olhos,
E um sorriso fácil
Você tem que passar confiança
Para as pessoas que você mente
Para que quando elas virarem as costas
Você tenha a chance de esfaqueá-las

Você precisa manter um olho
Sempre olhando por cima do seu ombro
Você sabe que ficará cada vez mais difícil,
E mais dificil e mais difícil conforme vai envelhecendo
É, e no fim arrumará as malas e
Voará para o sul
Esconda sua cabeça na areia
Apenas outro triste e velho homem sozinho
E morrendo de câncer.

E quando você perder o controle,
Você colherá o que tem plantado
E à medida que o medo cresce,
O sangue ruim pára de correr e endurece
E é tarde demais para largar o peso
Que você costumava jogar por aí
Então se afogue,
Enquanto você vai afundando sozinho
Arrastado para baixo da pedra.

Eu preciso admitir
Que estou um pouco confuso
As vezes me parece
Que estou sendo usado
Preciso ficar acordado, e tentar sacudir
Esse mal-estar rastejante
Se não estou pisando em meu próprio chão
Como poderei encontrar a saída deste labirinto?

Surdo, mudo e cego,
Você apenas continua fingindo
Que todos são dispensáveis
E ninguém teve um amigo de verdade
E parece que a solução
Seria isolar o vencedor
E tudo é feito sob o sol
E você acredita de coração, que todo mundo é um assassino.

Quem nasceu numa casa cheia de dor?
Quem foi treinado para não cuspir contra a ventoinha?
Quem foi ordenado pelo homem a o que fazer?
Quem foi quebrado por funcionários treinados?
Quem estava usando colarinhos e correntes?
Quem levou pancadas nas costas?
Quem andava fugindo da raia?
Quem era apenas um estranho em casa?
Quem foi triturado no fim?
Quem foi encontrado morto ao telefone?
Quem foi arrastado para baixo das pedras?

Quem foi arrastado para baixo das pedras?

sábado, 2 de outubro de 2010

Balada para mi muerte


Balada para mi muerte
Canción
Música: Astor Piazzolla
Letra: Horacio Ferrer
Moriré en Buenos Aires, será de madrugada,
guardaré mansamente las cosas de vivir,
mi pequeña poesía de adioses y de balas,
mi tabaco, mi tango, mi puñado de esplín.

Me pondré por los hombros, de abrigo, toda el alba,
mi penúltimo whisky quedará sin beber,
llegará, tangamente, mi muerte enamorada,
yo estaré muerto, en punto, cuando sean las seis.

Hoy que Dios me deja de soñar,
a mi olvido iré por Santa Fe,
sé que en nuestra esquina vos ya estás
toda de tristeza, hasta los pies.
Abrazame fuerte que por dentro
me oigo muertes, viejas muertes,
agrediendo lo que amé.
Alma mía, vamos yendo,
llega el día, no llorés.

Moriré en Buenos Aires, será de madrugada,
que es la hora en que mueren los que saben morir.
Flotará en mi silencio la mufa perfumada
de aquel verso que nunca yo te supe decir.

Andaré tantas cuadras y allá en la plaza Francia,
como sombras fugadas de un cansado ballet,
repitiendo tu nombre por una calle blanca,
se me irán los recuerdos en puntitas de pie.

Moriré en Buenos Aires, será de madrugada,
guardaré mansamente las cosas de vivir,
mi pequeña poesía de adioses y de balas,
mi tabaco, mi tango, mi puñado de esplín.

Me pondré por los hombros, de abrigo, toda el alba,
mi penúltimo whisky quedará sin beber,
llegará, tangamente, mi muerte enamorada,
yo estaré muerto, en punto, cuando sean las seis,
cuando sean las seis, ¡cuando sean las seis!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Mano a mano


Tango 1923
Música: Carlos Gardel / José Razzano
Letra: Celedonio Flores
Rechiflado en mi tristeza, te evoco y veo que has sido
en mi pobre vida paria sólo una buena mujer.
Tu presencia de bacana puso calor en mi nido,
fuiste buena, consecuente, y yo sé que me has querido
como no quisiste a nadie, como no podrás querer.

Se dio el juego de remanye cuando vos, pobre percanta,
gambeteabas la pobreza en la casa de pensión.
Hoy sos toda una bacana, la vida te ríe y canta,
Ios morlacos del otario los jugás a la marchanta
como juega el gato maula con el mísero ratón.

Hoy tenés el mate lleno de infelices ilusiones,
te engrupieron los otarios, las amigas y el gavión;
la milonga, entre magnates, con sus locas tentaciones,
donde triunfan y claudican milongueras pretensiones,
se te ha entrado muy adentro en tu pobre corazón.

Nada debo agradecerte, mano a mano hemos quedado;
no me importa lo que has hecho, lo que hacés ni lo que harás...
Los favores recibidos creo habértelos pagado
y, si alguna deuda chica sin querer se me ha olvidado,
en la cuenta del otario que tenés se la cargás.

Mientras tanto, que tus triunfos, pobres triunfos pasajeros,
sean una larga fila de riquezas y placer;
que el bacán que te acamala tenga pesos duraderos,
que te abrás de las paradas con cafishos milongueros
y que digan los muchachos: Es una buena mujer.
Y mañana, cuando seas descolado mueble viejo
y no tengas esperanzas en tu pobre corazón,
si precisás una ayuda, si te hace falta un consejo,
acordate de este amigo que ha de jugarse el pellejo
pa'ayudarte en lo que pueda cuando llegue la ocasión.

domingo, 12 de setembro de 2010

GIROS



Giros
Existe cielo y un estado de coma
Cambia el entorno de persona en persona

Giros
Dar media vuelta y ver que pasa allá afuera
No todo el mundo tiene primavera

Flaco donde estás?
Estoy imaginándome otro lugar,
Estoy juntando información,
Estoy queriendo ser otro (otro tipo, loco).
Mi necesidad se va modificando con las demás;
Asi mi luna llega a vos, asi yo llego a tu luna.

Giros
Todo da vueltas como una gran pelota
Todo da vueltas casi ni se nota

Giros
Fotografía de distintos lugares
Fotograficamente tan distantes

Suena un bandoneón
Parece el de otro tipo pero soy yo,
Que sigo caminando igual,
Silbando un tango oxidado.

Giros

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Green Is The Colour


 

Green Is The Colour

Heavy hung the canopy of blue
Shade my eyes and I can see you
White is the light that shines through the dress that you wore
She lay in the shadow of the wave
Hazy were the visions of her playing
Sunlight on her eyes but moonshine beat her blind every time
Green Is The Colour of her kind
Quickness of the eye deceives the mind
Many is the bond between the hopeful and the damned

 

Verde é a Cor

O peso pendurou o manto azul
Obscureceu meus olhos e eu posso te ver
Branca é a luz que brilha através do vestido que você usava
Ela se deitou na sombra de uma onda
Enevoadas eram as visões de sua brincadeira
A luz do sol nos olhos dela, mas o luar a cegava toda hora
Verde é cor de sua preferência
A rapidez nos olhos dela engana a mente
Muitos são os laços entre o esperançoso e o maldito

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Pablo Neruda en la voz de Joaquin Sabina



Oda a la Crítica

(Pablo Neruda)

Yo escribí cinco versos: uno verde,
otro era un pan redondo,
el tercero una casa levantándose,
el cuarto era un anillo,
el quinto verso era
corto como un relámpago
y al escribirlo
me dejó en la razón su quemadura.

Y bien, los hombres, las mujeres,
vinieron y tomaron
la sencilla materia,
brizna, viento, fulgor, barro, madera
y con tan poca cosa
construyeron
paredes, pisos, sueños,
En una línea de mi poesía
secaron ropa al viento.
Comieron mis palabras,
las guardaron
junto a la cabecera,
vivieron con un verso,
con la luz que salió de mi costado.
Entonces, llegó un crítico mudo
y otro lleno de lenguas,
y otros, otros llegaron
ciegos o llenos de ojos,
elegantes algunos
como claveles con zapatos rojos,
otros estrictamente
vestidos de cadáveres,
algunos partidarios
del rey y su elevada monarquía,
otros se habían
enredado en la frente
de Marx y pataleaban en su barba,
otros eran ingleses,
y entre todos se lanzaron
con dientes y cuchillos,
con diccionarios y
otras armas negras,
con citas respetables,
se lanzaron
a distupar mi pobre poesía
a las sencillas gentes
que la amaban:
y la hicieron embudos,
la enrollaron,
la sujetaron con cien alfileres,
la cubrieron con polvo de esqueleto,
la llenaron de tinta,
la escupieron con suave
benignidad de gatos,
la destinaron a envolver relojes,
la protegieron y la condenaron,
le arrimaron petróleo,
le dedicaron húmedos tratados,
la cocieron con leche,
le agregaron pequeñas piedrecitas,
fueron borrándole vocales,
fueron matándole
sílabas y suspiros,
la arrugaron e hicieron
un pequeño paquete
que destinaron cuidadosamente
a sus desvanes, a sus cementerios,
luego se retiraron uno a uno
enfurecidos hasta la locura.
Porque no fui bastante
popular para ellos
o impregnados de
dulce menosprecio
por mi ordinaria falta de tinieblas,
se retiraron todos y entonces,
otra vez, junto a mi poesía
volvieron a vivir
mujeres y hombres,
de hicieron fuego,
construyeron casas,
comieron pan,
se repartieron la luz
y en el amor unieron relámpago y anillo.
Y ahora, perdonadme, señores,
que interrumpa este cuento
que les estoy contando
y me vaya a vivir
para siempre
con la gente sencilla.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Juntos a la par



Juntos a la par

Pappo


Le he pedido tanto a dios, que al final oyo mi voz, por la noche a mas tardar, yendo juntos a la par.

Cartas de amor en el hall, se secan con el sol, lejos de la gran ciudad ella es mi felicidad, nada como ir juntos a la par.

Nada como ir juntos a la par, mil caminos desandar, el honor no lo perdí, es el héroe que hay en mi, nada como ir juntos a la par.

Sé su nombre, sé su edad, y sus gustos en la intimidad, cuando un corazon se entrega, el mañana nunca llega que más puedo hacer.

Nada como ir juntos a la par y caminos desandar, el honor no lo perdi, es el héroe que hay en mi, nada como ir juntos a la par.

El honor no lo perdi, es el héroe que hay en mi,
Nada como ir juntos a la par...

domingo, 29 de agosto de 2010

Canção Agalopada


Foi um tempo que o tempo não esquece
Que os trovões eram roncos de se ouvir
Todo o céu começou a se abrir
Numa fenda de fogo que aparece
O poeta inicia sua prece
Ponteando em cordas e lamentos
Escrevendo seus novos mandamentos
Na fronteira de um mundo alucinado
Cavalgando em martelo agalopado
E viajando com loucos pensamentos

Sete botas pisaram no telhado
Sete léguas comeram-se assim
Sete quedas de lava e de marfim
Sete copos de sangue derramado
Sete facas de fio amolado
Sete olhos atentos encerrei
Sete vezes eu me ajoelhei
Na presença de um ser iluminado
Como um cego fiquei tão ofuscado
Ante o brilho dos olhos que olhei

Pode ser que ninguém me compreenda
Quando digo que sou visionário
Pode a bíblia ser um dicionário
Pode tudo ser uma refazenda
Mas a mente talvez não me atenda
Se eu quiser novamente retornar
Para o mundo de leis me obrigar
A lutar pelo erro do engano
Eu prefiro um galope soberano
À loucura do mundo me entregar

domingo, 18 de julho de 2010

Fanatismo



Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”

Poema: 
"Livro de Soror Saudade (1923) Florbela Espanca.
Música: Fagner

terça-feira, 13 de julho de 2010

Milonga de dos hermanos



Traiga cuentos la guitarra
de cuando el fierro brillaba,
cuentos de truco y de taba,
de cuadreras y de copas,
cuentos de la Costa Brava
y el Camino de las Tropas.

Venga una historia de ayer
que apreciarán los más lerdos;
el destino no hace acuerdos
y nadie se lo reproche
ya estoy viendo que esta noche
vienen del Sur los recuerdos.

Velay, señores, la historia
de los hermanos Iberra,
hombres de amor y de guerra
y en el peligro primeros,
la flor de los cuchilleros
y ahora los tapa la tierra.

Suelen al hombre perder
la soberbia o la codicia:
también el coraje envicia
a quien le da noche y día
el que era menor debía
más muertes a la justicia.

Cuando Juan Iberra vio
que el menor lo aventajaba,
la paciencia se le acaba
y le armó no sé qué lazo
le dio muerte de un balazo,
allá por la Costa Brava.

Sin demora y sin apuro
lo fue tendiendo en la vía
para que el tren lo pisara.
El tren lo dejó sin cara,
que es lo que el mayor quería.

Así de manera fiel
conté la historia hasta el fin;
es la historia de Caín
que sigue matando a Abel.

Poema de Jorge Luis Borges

Musica: Jairo

sábado, 10 de julho de 2010

La Vida es un Sueño.


SOLILOQUIO DE SEGISMUNDO



Pedro Calderón de la Barca

¡Ay mísero de mí, ¡ay infelice!
Apurar, cielos, pretendo,
Ya que me tratais así,
qué delito cometí
contra vosotros naciendo.
Aunque si nací, ya entiendo
qué delito he cometido;
bastante causa ha tenido
vuestra justicia y rigor,
Pues el delito mayor
del hombre es haber nacido.
Sólo quisiera saber
para apurar mis desvelos
(dejando a una parte, cielos,
el delito del nacer),
¿qué más os pude ofender,
para castigarme más?
¿No nacieron los demás?
Pues si los demás nacieron,
¿qué privilegios tuvieron
que no yo gocé jamás?
Nace el ave, y con las galas
que le dan belleza suma,
apénas es flor de pluma,
o ramillete con alas,
cuando las etéreas salas
corre con velocidad,
negándose a la piedad
del nido que dejan en calma;
¿y teniendo yo más alma,
tengo ménos libertad?
Nace el bruto, y con la piel
que dibujan manchas bellas,
apénas signo es de estrellas
(gracias al docto pincel),
cuando, atrevido y cruel,
la humana necesidad
le enseña á tener crueldad,
mónstruo de su laberinto;
¿y yo, con mejor instinto,
tengo ménos libertad?
Nace el pez, que no respira,
aborto de ovas y lamas,
y apénas bajel de escamas
sobre las ondas se mira,
cuando á todas partes gira,
midiendo la inmensidad
de tanta capacidad
como le da el centro frío;
¿y yo, con más albedrío,
tengo menos libertad?
Nace el arroyo, culebra
que entre flores se desata,
y apenas, sierpe de plata,
entre las flores se quiebra,
cuando músico celebra
de los cielos la piedad
que le dan la majestad
del campo abierto á su huida;
¿y teniendo yo más vida,
tengo ménos libertad?
En llegando á esta pasión,
un volcán, un Etna hecho,
quisiera arrancar del pecho
pedazos del corazon.
¿Qué ley, justicia ó razón
negar a los hombres sabe
privilegios tan süave
excepcion tan principal,
que Dios le ha dado a un cristal,
á un pez, á un bruto y á un ave?
Segundo monólogo de Segismundo
Es verdad. Pues reprimamos
esta fiera condicion,
esta furia, esta ambicion,
por si alguna ve soñamos:
Y sí haremos, pues estamos
en mundo tan singular,
que el vivir sólo es soñar;
y la experiencia me enseña
que el hombre que vive, sueña
lo que es, hasta dispertar.
Sueña el Rey que es rey
Sueña el rey que es rey, y vive
con este engaño mandando,
disponiendo y gobernando;
y este aplauso, que recibe
prestado, en el viento escribe,
y en cenizas le convierte
la muerte, ¡desdicha fuerte!
¿Que hay quien intente reinar,
viendo que ha de despertar
en el sueño de la muerte?
Sueña el rico en su riqueza,
que más cuidados le ofrece;
sueña el pobre que padece
su miseria y su pobreza;
sueña el que á medrar empieza,
sueña el que afana y pretende,
sueña el que agravia y ofende,
y en el mundo, en conclusión,
todos sueñan lo que son,
aunque ninguno lo entiende.
Yo sueño que estoy aquí
destas prisiones cargado,
y soñé que en otro estado
más lisonjero me ví.
¿Qué es la vida? Un frenesí.
¿Qué es la vida? Una ilusión,
una sombra, una ficción,
y el mayor bien es pequeño:
que toda la vida es sueño,
y los sueños, sueños son.

domingo, 4 de julho de 2010

Tengo miedo



Tengo miedo. La tarde es gris y la tristeza
del cielo se abre como una boca de muerto.
Tiene mi corazón un llanto de princesa
olvidada en el fondo de un palacio desierto.

Tengo miedo. Y me siento tan cansado y pequeño
que reflojo la tarde sin meditar en ella.
(En mi cabeza enferma no ha de caber un sueño
así como en el cielo no ha cabido una estrella.)

Sin embargo en mis ojos una pregunta existe
y hay un grito en mi boca que mi boca no grita.
¡No hay oído en la tierra que oiga mi queja triste
abandonada en medio de la tierra infinita!

Se muere el universo de una calma agonía
sin la fiesta del Sol o el crepúsculo verde.
Agoniza Saturno como una pena mía,
la Tierra es una fruta negra que el cielo muerde.

Y por la vastedad del vacío van ciegas
las nubes de la tarde, como barcas perdidas
que escondieran estrellas rotas en sus bodegas.

Y la muerte del mundo cae sobre mi vida.

Victor heredia canta a Pablo Neruda



sábado, 3 de julho de 2010

Corazón coraza



Porque te tengo y no
porque te pienso
porque la noche está de ojos abiertos
porque la noche pasa y digo amor
porque has venido a recoger tu imagen
y eres mejor que todas tus imágenes
porque eres linda desde el pie hasta el alma
porque eres buena desde el alma a mí
porque te escondes dulce en el orgullo
pequeña y dulce
corazón coraza

porque eres mía
porque no eres mía
porque te miro y muero
y peor que muero
si no te miro amor
si no te miro

porque tú siempre existes dondequiera
pero existes mejor donde te quiero

poema: Mario Benedetti
musica: Eduardo Darnauchans

quinta-feira, 20 de maio de 2010

BEBECO GARCIA

Morreu esta madrugada no hospital da PUC-RS o Grande Bebeco Garcia, quem conhece um pouco que seja de rock gaúcho sabe da importância que ele teve. 
Ao ser operado no cérebro devido a um tumor, o músico não resistiu as complicações pós-operatórias. 


domingo, 16 de maio de 2010

FCB divulga nomes dos poetas do Projeto Pão & Poesia 2010

A prefeitura, por meio da Fundação Cultural de Blumenau (FCB), divulga a relação dos poetas do Projeto Pão & Poesia 2010 (ver tabela). A proposta do projeto, que também está sendo aplicado em outras cidades do Estado, como Criciúma, Rio do Sul, Lages e Florianópolis, é de provocar o hábito da leitura e o gosto pela poesia, principalmente às pessoas não familiarizadas com os versos e impossibilitadas de adquirir livros de poemas.

Atualmente, o projeto foi ampliado, com um maior número de sacos de pão impressos. O material é distribuído, além de Blumenau, em Gaspar, Timbó, Pomerode e Indaial. Ano passado, por exemplo, o Pão & Poesia, que conta com a parceria da Incorpel, de Palhoça, passou para uma tiragem de 120 mil poemas/mês.


Relação

POEMA
AUTOR
Noturno
Fátima Venutti
Obra Preciosa
Luciana Welter
A Vila
Nane Pereira
Curtinho Para Amar Depressa
Rafael Zen
Espaço
Fabiana Lange
Essência
Maria de Fátima M. Baugãtner
Saudades
Tânia Maria da Silva
O Acaso?
Ilka Bosse
Janela Poética
Robson René Pereira
Pedaços de Mim
Jussara Ferreira
Sobre a Saudade
Camila Iara Marcos
Lar
Ricardo Brandes
Moda
Tchello D´Barros
Penso Que Sei
Paulo Roberto Wovst Leite
Dos Momentos
Marlene Hüskes

FONTE: http://tinyurl.com/37g8cq3


PENSO QUE SEI

Às vezes
Fico olhando a lua
Nada me diz
Enquanto soa uma canção ao meu ouvido
De novo acordado na noite
Sinto-me estranho
Às vezes


Paulo Roberto Wovst Leite

domingo, 18 de abril de 2010

Coração e mente



Saúde  
CORAÇÃO E MENTE
O peso da depressão na ocorrência
de infartos é tão grande que ela
passou a ser fator de risco isolado


Karina Pastore

Não tem mais discussão: a Federação Mundial de Cardiologia agora considera a depressão
fator de risco isolado para o coração. Antes, ela estava entre as causas coadjuvantes do entupimento de artérias. A decisão baseia-se na análise de quarenta dos maiores e mais recentes estudos sobre a relação entre infarto e depressão. Constatou-se que 45% dos infartados têm quadros depressivos em seu histórico. "A depressão é tão importante na gênese do infarto quanto a hipertensão ou o colesterol alto", afirma o cardiologista paranaense Mario Maranhão, presidente da Federação Mundial de Cardiologia. Apesar de representar uma ameaça e tanto à saúde, a doença demora a ser identificada. É confundida, geralmente, com tristeza ou melancolia passageiras. O cenário é preocupante. Hoje, a depressão é apontada pela Organização Mundial de Saúde como a quinta maior questão de saúde pública. Em 2020, deverá ser a segunda, depois justamente das doenças cardíacas. Ou seja, os laços entre os dois distúrbios tendem a ser mais estreitos.
Quanto mais grave a depressão, maior a probabilidade de ocorrência de problemas cardiovasculares. Seu impacto sobre o coração não se explica apenas do ponto de vista da fisiologia, mas também do lado comportamental. "O deprimido faz tudo errado: não come direito, costuma ser sedentário, fumante e dado a exagerar no álcool", diz o cardiologista Maurício Wajngarten, chefe do departamento de cardiogeriatria do Instituto do Coração, de São Paulo. A depressão se caracteriza por sentimentos negativos devastadores. A pessoa é dominada pela apatia e pela irritação. É difícil levantar da cama e impossível encarar com humor as dificuldades cotidianas. Em muitos casos, ela se associa a ataques de pânico. Como alguém nessas condições pode pensar em alimentos pobres em gordura ou em largar o cigarro? Onde encontrar ânimo para fazer ginástica?
O desequilíbrio da química cerebral, verificado entre os depressivos, desregula a química de todo o corpo. Para começar, a depressão aumenta a produção do hormônio do stress, o cortisol. Em altas quantidades, esse hormônio eleva a pressão arterial e os níveis de LDL, o colesterol ruim. Ele diminui, ainda, a quantidade de HDL, o colesterol bom. Como se não bastasse o cortisol, o organismo de um deprimido fabrica mais adrenalina, substância que, em excesso, pode acarretar arritmias cardíacas graves. O tratamento da chamada "doença da alma" ganhou uma arma poderosa no final dos anos 80, com a chegada ao mercado dos remédios da família do Prozac. Eles são, inclusive, mais bem tolerados por quem já sofreu um infarto. Difícil é mesmo o médico fazer – e o paciente aceitar – o diagnóstico de depressão.
 
FONTE: http://veja.abril.com.br/080502/p_065.html